O que são as emoções?

Seguindo a série de textos transcritos de nosso mentor Kolbjorn Martens (aka Dharma Bodhi), segue uma palestra acerca das emoções. Nosso grupo de estudos do dia 08/12 terá como base essa noção das emoções que, junto à segunda atenção e à auto-reflexão clara, nos dá o rumo em direção a uma vida mais forte, dinâmica e poderosa. Esse texto contém uma descrição breve de como ocorre o processo bioquímico/energético das emoções. Nossa intenção é a de passar um passo-a-passo de como empreender o procedimento descrito nas entrelinhas do texto. Compareçam ao grupos de estudos ou leiam os textos, entrem em contato, tirem suas dúvidas. Vivenciem o Dharma, sejam felizes.

As emoções são uma experiência mental bem como uma realidade bioquímica.

Uma experiência tanto energética como física.

O que são as emoções? Mudanças em nossa bioquímica. A química do nosso sangue muda, o equilíbrio de ácido e base muda, neuro-peptídeos correm pelo nosso sangue causando mudanças em nossa fisiologia que mudam nossa energia, nosso campo de percepção. Tudo.

Então, as emoções não só apenas a forma que pensamos, como pensamentos altamente carregados. Elas são mudanças bioquímicas e físicas reais. Mudanças de pressão sanguínea, como dissemos, o equilíbrio de ácido e base muda, neuro-peptídeos vão ao sangue e hormônios são liberados e etc. Cascatas incríveis de ações fisiológicas e neuro-bioquímicas ocorrem todas as vezes que nos emocionamos. Isso põe o seu corpo para ter muito trabalho todas as vezes que nos emocionamos sem precisar.

Vamos dizer que eu passo por uma situação estressante e isso chega até minha amídala no cérebro, que manda um sinal para o tálamo que manda um sinal para a glândula pituitária que por sua vez manda um sinal para as glândulas adrenais em cima dos meus rins que começa a jorrar adrenalina, noradrenalina e cortisol como resposta; isso nos torna hiper-facilitados. E esse é o - estado físico da emoção -, certo?

Então, as emoções são muito complexas. Da mesma maneira, elas estão muito amarradas aos nossos pensamentos no sentido daquilo que percebemos e como percebemos nossa própria identidade. Elas são energias muito fortes e, como dissemos antes, elas podem ser o gatilho de doenças através dos epigenomas que possuem os genes assassinos neles. Eles podem acabar com nossa vida um pouco mais cedo. Temos que realmente entender como as emoções funcionam.

É bom ter medo. Mas você não quer muito dele. Você o quer na dose certa, no momento certo. Vamos dizer que um tigre apareça do meio do mato inesperadamente. Eu devo ter medo. Trata-se de um medo positivo e saudável que vai estimular uma resposta de sobrevivência que eu devo estar precisando nesse momento. Mas o que é interessante sobre o seu cérebro é que muitas vezes ele não pode dizer quando uma necessidade autêntica para uma emoção negativa está lá, como o medo ou a raiva, ao invés de uma ameaça que só o sujeito vê. Em outras palavras, o tigre pode ser representado internamente por um medo constante de meu chefe me demitir. Um medo forte de ser demitido. O seu cérebro não sabe a diferença entre um medo externo, uma ameaça, e um medo interno que você está criando. Desse modo, você ainda está se emocionando fortemente. Agora, nós vamos ter que aprender como usar essa energia.

Primeiramente, nós vamos ter que cortar as emotividades que não são baseadas na realidade. Isso através da segunda atenção, com a qual podemos agarrá-las. Se estamos nos emocionando dessa forma, aprenderemos a usar essa energia e transformá-la em vitalidade positiva.

Então, como o estresse, que também pode ser tanto positivo como negativo, as emoções podem ser positivas ou negativas também. Quando geramos muitas emoções negativas, tanto em resposta à situações reais da vida como geradas internamente em nossa paisagem mental, haverá um efeito específico em nosso sistema imunológico. O sistema imunológico vai cair. É claro que muito disso é mediado pelos hormônios, que pode estressar demais nosso fígado, nosso coração, nossas artérias cardíacas que podem entrar em colapso sem que haja nenhum tipo de entupimento devido ao colesterol, etc. E por isso devemos ter muito cuidado com isso.

Foi encontrado nos jovens membros do exército que participaram da Guerra da Coréia que muitos deles estavam tendo ataques cardíacos não por conta da condição das artérias cardíacas entupidas, mas de espasmos que ocorriam, o que deixa claro que a responsabilidade é do estresse e das emoções negativas.

Nós também temos uma queda na clareza de nossa mente, já que quando você se torna hiper-facilitado emocionalmente sua mente se torna turva. Eventualmente sua energia irá cair. Se nós continuarmos a jorrar emoções negativas como: tristeza, raiva, medo…e todas as suas variedades…as vezes dissemos: “ah, não estou nervoso”. Mas você está frustrado? Você está impaciente? Você está passivo agressivo? Você fala em sarcasmo a todo o tempo? Algumas dicas de que pode haver manifestações sub-clínicas de raiva acontecendo a todo tempo. A mesma coisa ocorre com os medos. Não estamos um pouco ansiosos a todo o tempo? Não estamos preocupados? “Eu não tenho medo”. Mas você não está preocupado? Em manter seu trabalho, ou qualquer outra coisa? Há níveis sub-clínicos de ansiedade, que basicamente são - medo -.

Como dissemos antes, quando seu cérebro está vivenciando esse ambiente interno de facilitação emocional crônica, ele não sabe a diferença entre uma ameaça real e uma que você está criando em sua própria mente. O que importa é que você tem como resultado a mesma reação. Você terá o mesmo super-estímulo de adrenalina, noradrenalina, cortisol e toda outra série de químicos que não fazem bem pra você. E pouco a pouco você irá enfraquecer o seu sistema adrenal até que você adquira uma insuficiência adrenal que é uma das maiores pandemias que atingem a sociedade moderna. As pessoas trabalham demais, se estressam demais e se emocionam demais. Isso arruina a saúde ao secretar muita adrenalina por todo o dia aos poucos. Muito cortisol, muita adrenalina, muita noradrenalina…tudo isso está vindo de muitas emoções negativas, certo? E das mudanças bioquímicas que vêm com elas.

Basicamente, nossa produtividade no trabalho irá cair, nosso aproveitamento da vida definitivamente é destruído e se torna patente a diminuição do nosso sucesso quando tudo isso se soma. Bem, algumas pessoas até aprendem a triunfar nesse tipo de emoção negativa, mas na verdade é como uma “onda”. De uma vida muito curta, posso garantir, pois está danificando os tecidos. Por isso que devemos aprender como tomar o controle disso tudo agora.

Então, algo muito importante: não queremos é reprimir as emoções. Ao ensinarmos como trabalhar com a energia emocional, você deve ser sensível para saber que você não as está reprimindo. Quando transformamos a energia, ela deve ser transformada. Não apenas reprimida, como quando aparentamos estar bem por estarmos sob controle. Essa energia voltada para dentro irá nos engolir e causar uma série de problemas de saúde. Ao invés disso, queremos ter certeza que a energia emocional suba e nós a reconheçamos caso ela suba e aí então nós a transformamos. Em que? Bem…em vitalidade. E o que é vitalidade? É um senso de energia para a vida, para fazer o que você quer fazer de sua vida.

Você pode produzir toda essa energia emocional e cuspi-la para fora. Basicamente o que você está fazendo é cuspindo a sua energia de força-vital. Ou você pode manter essa energia para si. Você pode transformá-la, aprendendo a reconhecê-la antes de ela sair ou mesmo quando você a estiver vivenciando…você aprende a transformá-la em algo que contribuirá para o rumo que você busca em sua vida. Isso aumentará sua saúde (e isso é sua vitalidade, sua energia), fortalecerá sua mente-positiva e até mesmo potencializar o aumento das virtudes. E com isso nós entendemos algo fundamental: as emoções são como virtudes com uma câimbra. Ao liberarmos essa energia emocional negativa vemos que a energia positiva está lá. Esta nos eleva, nos dá saúde e felicidade, ao invés de nos colocar para baixo. É isso que queremos dizer com a transformação da energia de emoções negativas em vitalidade. Quando nós apenas jogamos pra fora a emoção negativa nós já perdemos. Nós nos desgastamos. Nós queremos manter essa energia em nós, gerá-la e refiná-la para a levarmos a um nível mais elevado de expressão. É isso que estamos tentando fazer.